Bem-vindo a uma paixão!

Você está diante do primeiro e único blog sobre a
História de Porto Walter, pensado e organizado por um historiador portuwaltense.
Para tornar-se co-autor, deixe seu comentário ou envie um e-mail para: franciney.czs@gmail.com


quinta-feira, 16 de abril de 2009

Quatro Colinas

Quatro Colinas é o título do livro lançado na cidade de Cruzeiro do Sul em 2006. Impresso pela Bagaço Editora (de Recife), é o livro que tem Porto Walter em cada verso, em cada conto, ou (como prefiro) causo. Foi lançado em Porto Walter no Salão Paroquial no dia 09 de dezembro do mesmo ano. Transcrevo o trecho de abertura por entender que reflete bem o propósito de escrevê-lo apesar das dificuldades.

Apresentação

“A alma é divina e a obra é imperfeita.”

F. Pessoa

Vezes sem conta, desisti de trazer à luz minhas impressões do crepúsculo e do alvorecer. Como uma necessidade, aqui estou e aqui estamos. De nada valeram as esquivas e os atrasos.


Para quem cresceu no interior, longe da eletricidade e de seus artefatos, olhando as estrelas, o ciclo das águas, o ciclo dos homens, dos sonhos... os motivos são imensos. Faltam-nos muitas vezes (quase sempre), inspiração e coragem.


O lugarzinho formado por quatro pequenas colinas foi meu primeiro motivo. Tão simples, tão enleado, tão natural, tão próximo, tão distante, deu-me a inspiração. Minhas revoltas, sonhos, erros e imaturidade, ofertaram-me coragem, aos solavancos, sem avisos, sem reflexões.


As coisas que conto foram divididas em duas partes: A primeira chamo de poemas, por não encontrar um termo menor, muito mais exaltação que responsável lucidez, são os versos que sobreviveram à minha insegurança e crítica. Em cada um deles se encerra uma batalha particular. A segunda, escrita sob espécie de cegueira, pedaços de muitas coisas, fala de um lugar fantástico, que retrocede na memória, que caminha para trás - Quatro Colinas. Ausente dos mapas e dos livros, ela de fato existe, mas poucos a conhecem e provavelmente morrerá comigo.

As folhas aqui arrumadas, a custo arrancadas da escuridão do medo e lançadas aos ventos, são histórias herdadas do meu pai, meus avós e meus sonhos. Poucas são minhas. Elas tentam expressar sentimentos, já experimentados por outros e silenciados pela ordem ferrenha e absurda do conformismo e da sobrevivência.


Há alguns anos, tento ignorar os meus arremedos escritos, brotados no dia-a-dia. Arrumados assim, feito brochura, dividi-los-ei com meus amigos. Hoje, talvez encontrem eco. Preventivamente, não cultivo grandes esperanças de valor artístico e literário. Partirão assim mesmo, pobres e sem esperanças.


Os desavisados tentarão definir o tipo, o estilo e a influência destes meus arremedos. Eles não possuem estilo, não possuem vergonha. Talvez falem, mesmo sem querer, de revoluções e de amor (dificilmente).


Talvez sejam ácidos, exaltados ou inexpressivos, como devem ser os poemas feitos para as mães, para os filhos e os grandes sentimentos. Se é para sorrir de alegria e de emoção, se é para ficar lembrando a amada que nem tens, minhas histórias e poemas não se prestam à leitura, serão indigestos e intragáveis. Agora, se tens uma revolta, uma luta e uma saudade, mesmo no mais recôndito da alma, nos tornaremos confidentes. Quatro Colinas.

Fotos do lançamento:


Nenhum comentário: