Quatro Colinas
No pequeno antiquário dos meus sonhos
Resta-me a recordação, quase presente
De quatro colinas numa curva do rio
De suas tardes
De suas alvoradas
De suas despedidas
Quatro colinas o mesmo assunto
Os mesmos passos
E o mesmo câncer, social e
No entanto mais humano.
Quatro colinas numa curva do rio
Os olhos cansados dos que te carregam
Te viam enorme
E da torre da igreja, dez anos após
Um pedaço do rio
Um pedaço de céu
Demarcando a floresta cada vez mais longe
Quatro colinas do que já se foram
Quatro colinas dos que partirão
Quatro colinas no passado
De passatempo e de passavida
Como depõem os cabelos dos meus avós
Tão verdadeiros, tão naturais
Quatro Colinas, não importa.
O futuro de espera há mais de 100 anos.